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Comissão de Ética da Rede Ecovida visita Grupo Pachamama para renovação da certificação

No dia 10 de janeiro, o grupo Pachamama, localizado em Água Santa/RS, recebeu a visita da Comissão de Ética do Núcleo Planalto da Rede Ecovida de Agroecologia. O encontro teve como objetivo a vistoria para renovação da certificação de produção orgânica das famílias agricultoras que integram o grupo.

O procedimento faz parte do Sistema Participativo de Garantia (SPG) da Rede Ecovida, no qual as famílias agricultoras passam por uma avaliação conduzida por outros agricultores, membros da Comissão de Ética do núcleo, acompanhados pela equipe técnica do CETAP, responsável pela assessoria técnica às famílias produtoras.

A atividade iniciou com a revisão da documentação e dos planos de manejo das unidades de produção. Posteriormente, os integrantes da Comissão de Ética e a equipe técnica realizaram uma visita in loco às áreas de produção do grupo Pachamama.

Este modelo de avaliação destaca-se pela responsabilidade coletiva e solidária dos membros envolvidos no sistema. Além da análise criteriosa para a renovação dos certificados, a visita transforma-se em um momento de troca de experiências entre os agricultores, o que ajuda a aprimorar as práticas agroecológicas em toda a região.


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Encontro Estadual da Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas destaca importantes avanços neste ano

Nos dias 14 e 15 de dezembro, aconteceu o 11º Encontro Estadual da Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas do RS (CPSFN), em Passo Fundo. A atividade reuniu 50 representantes de grupos de famílias agricultoras e extrativistas, de agroindústrias e empreendimentos de processamento de frutas nativas, além de entidades de assessoria e assistência técnica produtiva, órgãos governamentais e parceiros na área da comercialização.

A mesa de abertura contou com a presença de Luzia Teixeira, superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) no RS, Vanessa Tomazeli, da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA RS), Gilmar Vieira, representando a Deputada Federal Maria do Rosário, Ademar de Oliveira, representando a Unisol, Gregory da Rosa, que acompanha o projeto da CPSFN em parceria com a empresa Neo Energia e Ademir Amaral, em nome das organizações de assessoria CETAP, Arede e Centro Ecológico.

Foi destacada a importância deste momento, que reúne os diversos atores envolvidos no processo de planejamento, produção, processamento e comercialização, além do acompanhamento técnico e do órgão ambiental que atua na certificação das áreas de agroflorestas. Um dos diferenciais desta cadeia produtiva é aliar a discussão técnica, com capacitação, desenvolvimento de novos produtos, formulação de estratégias e implementação de ações práticas de valorização, uso e comercialização das frutas nativas.

A Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas está organizada em diferentes espaços envolvendo a produção e extrativismo no meio rural, o processamento em agroindústrias e empreendimentos urbanos, entrepostos e dinâmicas de comercialização, assessoria e assistência técnica e também parcerias, especialmente na área da comercialização.

Já no início da organização da Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas se levantou como um limite a falta de material genético para ampliar a produção de algumas frutas nativas. Neste último ano, especialmente a partir de um projeto em parceria com a Neo Energia, foi feito um investimento importante no mapeamento, coleta e reprodução de espécies nativas.

As equipes técnicas do CETAP, Arede e Centro Ecológico realizaram, ao longo do ano de 2023, junto com famílias agricultoras, um mapeamento de matrizes de diferentes espécies de frutas nativas, a partir de uma listagem definida no último Encontro Estadual da CPSFN. Estes dados foram catalogados e estão servindo de base para um fichário técnico que está sendo finalizado. Foi destacado o grande potencial econômico das sementes de frutas nativas e a previsão de demanda futura crescente por diferentes projetos de recuperação ambiental.

A partir deste mapeamento, estão sendo realizadas coletas de sementes para a produção de mudas e o acompanhamento do desenvolvimento destas matrizes para ampliar a base de informações. Também faz parte do projeto a estruturação de 20 viveiros artesanais, distribuídos em diferentes regiões do estado, buscando dinamizar e garantir o acesso à mudas de qualidade. Um destes viveiros está localizado em Passo Fundo, junto à sede do CETAP, com o objetivo de facilitar os fluxos de materiais genéticos, aproveitando as rotas de comercialização do Encontro de Sabores também para a distribuição de sementes e mudas.

A cadeia tem hoje aproximadamente 360 famílias agricultoras envolvidas, em diferentes intensidades. Os produtos das frutas nativas são processados em três agroindústrias e comercializados a partir de seis empreendimentos, sendo eles: Agroindústria Yatai, Ecobutiá, Econativa, Encontro de Sabores, Pano da Terra e Agroindústria Morro Azul. Uma das ações desenvolvidas neste ano foi um estudo sobre os fluxos de comercialização da cadeia, buscando aprimorar as rotas de distribuição dos produtos e o planejamento das coletas e entregas entre os diferentes atores.

O primeiro dia do Encontro Estadual finalizou com três oficinas. Uma organizada pelo GT Comercialização que abordou as dinâmicas e fluxos atuais, novas possibilidades a partir de programas governamentais e também orientações comuns para a comercialização. Outra oficina foi sobre a produção de mudas de butiá, abordando aspectos importantes sobre a germinação das sementes, viveirismo artesanal e a produção da fruta. A terceira oficina foi sobre saboaria artesanal, destacando o grande potencial dos cosméticos naturais e como esta área se relaciona com a sociobiodiversidade nativa.

Na manhã de sexta-feira aconteceu um painel sobre o contexto atual, possibilidades e perspectivas da CPSFN para o próximo ano. Foi abordado como a conservação ambiental dialoga com a proposta sócio organizativa da CPSFN. Dando destaque para a política desenvolvida no Rio Grande do Sul para os projetos de Reposição Florestal Obrigatória (RFO), que possibilita a parceria da cadeia solidária com empresas. No debate foi destacado que é necessário fortalecer o acompanhamento das famílias já envolvidas, buscando ampliar este entendimento junto aos órgãos públicos e as empresas que desenvolvem projetos em parceria. Outro tema abordado foi a relação entre os diferentes atores, especialmente destacando a característica produtiva e de comercialização desta cadeia.

Entre os desafios e encaminhamentos apontados para o planejamento das ações estão fortalecer o que já foi feito, mantendo as famílias agricultoras envolvidas para garantir a continuidade do processo; estabelecer parcerias estratégicas para ampliar a rede de comercialização e ampliar o volume comercializado, ganhando escala; desenvolver um planejamento de marketing e publicidade para destacar os diferenciais dos produtos da CPSFN, fortalecer a marca e ampliar mercado; ampliar e otimizar toda a estrutura da cadeia, desde a coleta e armazenamento de sementes e mudas, o processamento de produtos, o armazenamento e os entrepostos de comercialização.

Durante o encontro foi ainda aprovado o ingresso de três novos integrantes na CPSFN, sendo a Ervateira Gerações (Ipê/RS), Saboaria Mandinga Pura (Viamão/RS) e Erva Doce Cozinha Afetiva (Porto Alegre/RS). A coordenação estadual da cadeia foi reconduzida para o período de mais um ano. A avaliação do encontro foi bastante positiva, destacando a diversidade de atores e produtos presente na cadeia, ampliando sua complexidade e potencializando sua capacidade produtiva e de comercialização.


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Emergência climática e política de gênero são temas da Assembleia da Terra do Futuro

Durante a Assembleia 2023 da Rede Terra do Futuro, realizada em setembro, em Passo Fundo/RS, os participantes abordaram temas como a questão hídrica, restauração ambiental e mudanças climáticas, partindo de experiências práticas que já estão consolidadas na rede, nos diferentes países da América-latina. Um dos pontos importantes foi a indicação de ações e atividades que possam dar conta das questões apontadas pela “Teoria de Cambio Interna”, a partir dos grupos e comissões da rede.

Além da apresentação do grupo sobre “Restauracion de la naturaleza y agua”, o grupo de “Agroecologia y Genero” comentou sobre a Escola de Agroecologia e Gênero, que terá sua próxima turma nos anos de 2024/2025. Também a “Comisión de Comunicacion”, responsável pela difusão dos aprendizados e demais produtos de comunicação da rede sugeriu que seja feito um planejamento da comunicação e desenvolvido um plano de comunicação participativo, fortalecendo o espaço colaborativo e de repositório de informações da rede, chamado de “maloca”, em referência ao termo indígena que caracteriza uma grande habitação coletiva.

Outro momento de destaque na assembleia foi uma Oficina de Gênero, que abordou temas visando a elaboração de uma “Política de Gênero da Rede”, com uma declaração que demonstre a visão comum da rede sobre esta temática. Iniciou-se a elaboração de um documento que oriente comportamentos e respalde o que é dito e o que se pretende que seja feito nas organizações. Entre os temas debatidos esteve a divisão sexual do trabalho e distribuição de cuidados, a autonomia econômica e a prevenção e atenção a situação de VBG (Violência Baseada no Gênero).


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Iniciativas de abastecimento solidário na pandemia tem efeitos que se estendem ao atual cenário de fome no país

Dados recentes do relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição (SOFI/ONU) registram que 21 milhões de pessoas passam fome, 70,3 milhões estão em insegurança alimentar e 10 milhões estão desnutridas no Brasil. O quadro de insegurança alimentar e fome cresceu de forma alarmante desde a pandemia de Covid-19, e ainda persiste mesmo após a estabilização da crise sanitária. Articulações entre organizações da sociedade civil, instâncias eclesiásticas e iniciativas legislativas apontam caminhos para enfrentar esta mazela.

Ações de abastecimento solidário, com base em alimentos agroecológicos e voltadas para famílias em insegurança alimentar por conta da pandemia, foram realizadas pelas entidades executoras do projeto Consumidores e Agricultores em Rede a partir de 2020, e seguem ainda vigentes. Foram aportados recursos de 2 projetos financiados pela cooperação internacional da Misereor, além do apoio financeiro da Fundação Banco do Brasil (FBB) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra com Doação Simultânea operado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).

A participação ativa de muitos atores sociais públicos e privados contribuiu decisivamente para essas ações alcançarem 152.386 pessoas em 22 municípios nos três estados da região Sul. Foram movimentados R$ 1.488.215,18, que possibilitaram a doação de 338.440 kg de alimentos com grande diversidade, incluindo folhosas, temperos, grãos, frutas, raízes, hortaliças, bulbos, tubérculos, farinhas, ovos e leite.

Concomitantemente às ações de abastecimento, foram realizadas oficinas formativas de aproveitamento de alimentos, formações cidadãs em Segurança Alimentar e Nutricional, instalação de hortas comunitárias e instalação de composteira para a reciclagem de resíduos orgânicos. Todas as ações realizadas tem a marca da solidariedade de pessoas e entidades engajadas na superação da fome e da vulnerabilidade social.

O Boletim Especial “Ação Covid” 2020-2023disponível para visualização online, apresenta o desenvolvimento do trabalho em Rede executado pelas ONGs AS-PTA, Centro Vianei, Cepagro e Cetap, cujos resultados incidem diretamente no enfrentamento à fome e insegurança alimentar no Sul do Brasil.


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Alunos do Ensino Fundamental participam de plantio de mudas de verduras em Erechim

No dia 07 de julho, um grupo composto por 17 alunos e professores do 4º Ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Cristo Rei, em Erechim/RS, se uniu a equipe técnica do CETAP para uma atividade educativa enriquecedora: o plantio de mudas de verduras na horta da escola.

A iniciativa teve como objetivo conscientizar os estudantes sobre a importância de uma alimentação saudável e a relevância da produção orgânica de alimentos em suas próprias hortas em casa. Os alunos foram incentivados a participar ativamente do processo, desde o plantio até o cuidado com as mudas, que vai culminar na colheita das verduras, que serão levadas para o consumo em suas residências.

Durante a atividade prática, foram abordados diversos aspectos relacionados à horticultura sustentável. Os alunos aprenderam sobre a importância de manter o solo coberto nos canteiros, bem como técnicas adequadas de manejo e cuidados com as plantas, sem o uso prejudicial de agrotóxicos, prezando pela preservação do meio ambiente.

Outro ponto relevante abordado durante a atividade foi a relevância de uma alimentação saudável e a possibilidade de produzir suas próprias verduras em casa, estimulando assim uma conexão mais profunda com o alimento que chega à mesa das famílias.

Essa ação faz parte do conjunto de atividades planejadas para o ano na escola. Entre elas, estão previstas oficinas sobre compostagem e sobre abelhas nativas sem ferrão (ANSF), bem como momentos de formação com os professores sobre agroecologia e ANSF. Também estão agendadas atividades práticas na horta da escola.

Essa atividade foi organizada pelo CETAP e a direção da Escola Cristo Rei e integra as ações do projeto “Consumidores e Agricultores em Rede”, desenvolvido em parceria com a Misereor. Ações como essa buscam destacar a importância da conscientização e educação em prol de uma alimentação mais saudável e sustentável.


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Encontro Estadual das Feiras Agroecológicas debate o fortalecimento da agroecologia e propostas para ampliar o acesso à alimentos saudáveis

No dia 23 de abril, marcando um momento histórico, estiveram reunidos em Passo Fundo/RS representantes de mais de 20 feiras agroecológicas que acontecem em cidades gaúchas, além de entidades de assessoria técnica, sindicatos, cooperativas e organizações que apoiam a produção agroecológica. O evento, que reuniu mais de 250 pessoas, foi organizado pelo Cetap (Centro de Tecnologias Alternativas Populares), pela Cáritas Arquidiocesana de Passo Fundo e pela Coonalter (Cooperativa Mista e de Trabalho Alternativa) e também destacou os 25 anos da Feira Ecológica de Passo Fundo.

As feiras ecológicas são espaços promotores da agroecologia e de diferentes dinâmicas de comercialização. Elas são importantes tanto no apoio e viabilidade econômica da agricultura familiar agroecológica, como no abastecimento de alimentos saudáveis para os centros urbanos. A partir da trajetória e do aprendizado de diferentes feiras ecológicas gaúchas, o encontro buscou discutir propostas para o fortalecimento da agroecologia e construção de políticas públicas de apoio à agricultura familiar e garantia do abastecimento e segurança alimentar nas cidades.

Uma apresentação do Grupo de Percussão do Lar da Menina Padre Paulo Farina, da Fundação Lucas Araújo, de Passo Fundo, marcou o início das atividades da manhã. Mais de 30 crianças e adolescentes animaram os participantes com seus ritmos contagiantes. Na sequência, o biblista e teólogo Marcelo Barros fez uma fala sobre ecologia e espiritualidade. Destacou que não basta pensar só no próprio corpo e nos alimentos consumidos para a própria saúde, sem considerar como eles são produzidos e os impactos na natureza. É preciso cuidar da terra, da água e do ambiente de forma integrada, como um todo, nos inserindo nele, pois só assim teremos condições de preservar as condições para que todos possam continuar se alimentando com produtos de qualidade.

A mesa de abertura contou com a presença de Laércio Meireles, pelo consórcio de ONGs de assessoria em agroecologia no estado, Eliane Brochet, pelo Consea-RS (Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional), Franciele Bele, pelas feiras ecológicas de Porto Alegre, Álvaro Delatorre, da direção do MST e das feiras ecológicas de Porto Alegre, Adriana Tozo, representando o deputado estadual Adão Preto Filho, Gilmar Vieira, representando a deputada federal Maria do Rosário, Renê Tortelli, pela Cresol, Alceu Primel, pela Coonalter, Luiz Costela, pela Cáritas e Edson Klein, pelo Cetap. Foi destaque o ineditismo deste encontro e a necessidade de momentos como este, para ampliar a articulação e propor ações conjuntas.

Em complemento as falas iniciais, aconteceu uma roda de conversa para discutir a importância das feiras como promotora da agroecologia e de diferentes dinâmicas de comercialização para o abastecimento das populações urbanas. Nelsa Nespolo, da Unisol (Central de Empreendimentos Econômicos Solidários), Álvaro Delatorre, das feiras de Porto Alegre, Ana Meireles, das feiras do litoral, Maristela Ferro, produtora agroecológica, Giovani Gonçalves e Alvir Longhi, do Cetap participaram deste momento.

Falar de feiras ecológicas é falar de soberania e segurança alimentar e também de sucessão familiar. As feiras cumprem um papel muito importante na agricultura familiar, especialmente na economia doméstica e na valorização de jovens e mulheres. Neste sentido, políticas públicas de fomento às feiras e organização produtiva de jovens e mulheres é fundamental para manutenção da diversidade e da força de trabalho nos espaços rurais.

Nunca antes a alimentação e cultura alimentar dos povos esteve tão reduzida a poucos cultivos e tão concentrada, sob controle de grandes corporações do agronegócio. Não existe território autônomo se não se garante a soberania alimentar, por isso o ato de se alimentar tem dimensão política e a fome também expressa um modelo de relação social. A alimentação saudável e seus modelos de produção precisam ser trabalhados na educação das crianças e jovens. Desenvolver a agroecologia é estabelecer laços de sociabilidade e cooperação.

É preciso acreditar na acumulação que não seja de capital, mas de qualidade de vida. “Seu jeito de consumir é um jeito de preservar e de cuidar”. As feiras tem relação direta com o momento de emergência climática, pois trabalham com circuitos curtos e oferecem alimentos com um custo energético muito menor, tanto na da produção, como na comercialização. Os produtos da biodiversidade nativa encontraram nas feiras um espaço de valorização que desencadeou novas perspectivas de cultivo e de organização do trabalho na agricultura familiar e entre organizações de assessoria técnica.

A roda de conversa também afirmou a necessidade de viabilizar espaços de continuidade de encontros como este, com a criação de um fórum onde as feiras possam se articular, pautar demandas, elaborar propostas coletivas e participar da construção de políticas públicas sobre produção, processamento e comercialização de alimentos.

Durante o encontro foi elaborada uma carta reafirmando a importância das feiras ecológicas como promotoras da agroecologia. Uma equipe está responsável por incorporar as manifestações feitas durante a roda de conversa e dar uma redação final ao documento, que será divulgado em breve. Também foi aprovada uma moção de apoio às Feiras Ecológicas de Porto Alegre, documento que será entregue para a Prefeitura Municipal com relação ao regramento que está sendo proposto.

A trajetória das três organizações anfitriãs do encontro teve e mantém papel importante para a produção agroecológica na região e na história dos 25 anos da Feira Ecológica de Passo Fundo. Neste sentido, foram homenageados o atual presidente da Coonalter, Alceu Primel e também familiares de três presidentes da cooperativa já falecidos: João Maria, Jair Pressi e Fernando Cé. Luiz Costela e Eliane Brochet receberam a homenagem pelos 60 anos da Cáritas e Edson Klein, pelos 37 anos do Cetap. A família do senhor Theobaldo Ângelo Locatelli também recebeu uma homenagem pelo pioneirismo e dedicação em criar uma área urbana de referência em promoção da agroecologia, conservação e uso da biodiversidade, local onde atualmente funciona a sede do Cetap.

Todos os presentes puderam aproveitar um almoço preparado exclusivamente com alimentos agroecológicos. O preparo foi feito pelo grupo de mulheres da agroindústria Flor de Pitanga, de Itatiba do Sul/RS. Além de uma mesa vegetariana, a paçoca de pinhão e o porco crioulo assado e servido com calda de frutas nativas, foram muito elogiados. Na parte da tarde, os participantes tiveram um momento de integração, com música ao vivo e festejos pelos 25 anos da Feira Ecológica de Passo Fundo. 

Este evento foi uma atividade apoiada pelo projeto de cooperação para promoção da agricultura sustentável e segurança alimentar, desenvolvido pelo CETAP em parceria com a Fundação Interamericana (IAF) e também integrou as ações do projeto “Consumidores e Agricultores em Rede”, desenvolvido pelo CETAP, Cepagro, AS-PTA e Centro Vianei, com apoio da Misereor.


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Atender necessidades diferentes para dar oportunidades iguais para tod_s!

A igualdade é baseada no princípio da universalidade, ou seja, que todas e todos devem ser regidos pelas mesmas regras e devem ter os mesmos direitos e deveres. A equidade, por outro lado, reconhece que não somos todas(os) iguais e que é preciso ajustar esse “desequilíbrio”.

Se nosso objetivo é garantir que as pessoas desfrutem das mesmas oportunidades, não podemos deixar de considerar as diferenças individuais.

Quando a sociedade caracteriza as mulheres como frágeis, meigas, choronas, está limitando melhores oportunidades e impondo desigualdades. As estatísticas confirmam essa posição desigual. Do ponto de vista econômico, as mulheres são mais pobres que os homens e, considerando as dimensões étnicas e raciais, as mulheres negras, não só recebem menos que os homens, como também menos que as mulheres brancas, tendo ainda menos acesso à propriedade da terra.

Nos espaços rurais, as mulheres têm um papel fundamental nos sistemas alimentares, representando, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas, cerca de 40% da força de trabalho agrícola nos países em desenvolvimento. No entanto, elas não têm poder semelhante ao dos homens, além de ter uma renda inferior, menos de 20% das áreas de plantação são propriedades de mulheres.

É preciso transformar a sociedade para que todos e todas tenham o mesmo acesso a ferramentas, conhecimento e oportunidades.

VOCÊ SABIA?

Feminismo é uma filosofia de vida e um movimento social que reivindica a equidade de direitos e oportunidades entre mulheres e homens. Há muitas vertentes do feminismo (negro, marxista, ecofeminismo, interseccional, liberal, anarquista, entre outros) essas frentes representam a diversidade das realidades das mulheres ao redor do mundo e, a partir do aprofundamento, podemos encontrar o que mais representa você.

Empatia é a capacidade psicológica de sentir o que sentiria outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela, ou seja, colocar-se no lugar do outro. Está intimamente ligada ao altruísmo – amor e interesse pelo próximo – e à capacidade de ajudar.

Patriarcado é a base do debate sobre machismo, ele caracteriza um padrão de sociedade que dita como homens e mulheres devem ser e se comportar. No patriarcado, há uma visão de que quem está “no controle” são os homens.  O patriarcalismo, com o tempo, desenvolveu privilégios masculinos e permitiu que o machismo surgisse.

Empoderamento feminino é o ato de conceder o poder de participação social às mulheres, garantindo que possam estar cientes sobre a luta pelos seus direitos, como a total igualdade entre os gêneros. O empoderamento feminino busca o direito das mulheres de poderem participar de debates públicos e tomar decisões que sejam importantes para o futuro da sociedade, principalmente nos aspectos que estão relacionados com a mulher. Além de promover a consciência de que a mulher é dona do seu próprio corpo, do seu desejo e das suas escolhas.

Sororidade tem como essência a união entre as mulheres. Sororidade é sobre empatia, solidariedade, companheirismo e respeito entre as mulheres. Defende a ideia de que juntas somos mais fortes e que precisamos umas das outras para buscarmos a liberdade e os direitos que reivindicamos. A sororidade nos ensina que o apoio entre mulheres é necessário mesmo que elas vivam em realidades diferentes (urbanas, rurais, periurbanas, negras, brancas…). Conseguir acolher e se sensibilizar com as dificuldades e os desafios é o caminho para exercer o cuidado mútuo.

Autonomia e liberdade

Estudar ou não; formar-se nisso ou naquilo; manter-se agricultora; ter participação política no sindicato e nos movimentos; coordenar um grupo ou núcleo da Rede Ecovida; querer e lutar pela titularidade da terra; produzir de forma agroecológica… se para os homens estas podem ser simples escolhas de vida, para as mulheres, cada opinião declarada, cada decisão, representa um marco na luta por autonomia e liberdade.

Afinal, ao longo da história, essas decisões sobre os rumos de suas próprias vidas foram constantemente negadas. A ideia do patriarcado é que os homens sejam considerados a referência, com poder de decisão sobre a vida das mulheres e os rumos da família, desta forma, definindo também as regras sociais.

Para o feminismo, autonomia e liberdade são sempre duas ideias que andam juntas. Para uma mulher agir com autonomia, ela precisa ser livre para pensar por si mesma e pensar em si. Ela precisa estar liberta das imposições da sociedade, que determinam o que deve fazer e como se comportar.

Lutar pela autonomia e liberdade das mulheres significa defendermos que as decisões sobre os rumos de suas vidas sejam tomadas por elas próprias, decidindo por sua própria avaliação, o que é melhor fazer a cada situação que a vida apresenta.

A Campanha pela Equidade de Gênero é desenvolvida pelo CETAP em parceria com a Rede Terra do Futuro (Framtidsjorden). Você pode acessar o panfleto da campanha no link abaixo:


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Festa do agricultor e da agricultora em Água Santa

No dia 30 de julho de 2022 aconteceu a 1ª Festa do Agricultor promovida pelo município de Água Santa/RS. O evento reuniu aproximadamente 400 pessoas na Gruta Nossa Senhora de Lourdes, entre agricultores, agricultoras e também moradores da área urbana.

O objetivo foi promover uma comemoração especial, alusiva ao dia do agricultor, marcando esta data no município. Foram servidos em torno de 400 almoços e todo o lucro do evento será destinado para a reconstrução da Escola Estadual de Ensino Médio Cláudio Antônio Benvegnu.

O evento iniciou às 10h, com a recepção, inscrição dos produtos para o concurso e uma Feira com mostras de alimentos, flores, mudas, artesanato e frutas, entre outras produções dos agricultores/as locais. Na sequência, foi feita a abertura oficial, com uma mística inicial e pronunciamentos dos representantes das entidades e cooperativas organizadoras do evento. Após o almoço, na parte da tarde, teve continuidade a feira e foi realizada a entrega da premiação do concurso dos alimentos.

A organização da atividade esteve a cargo da Prefeitura Municipal, através da Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, do Sintraf de Água Santa, do CETAP, da COAPI, da COASA, da Emater e da Cotrijal. A avaliação foi bastante positiva e a expectativa é de realizar o evento novamente no próximo ano, tornando-o tradicional no município.


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Produtos Orgânicos: saudáveis por natureza

A Semana dos Alimentos Orgânicos acontece de 20 a 27 de maio, em todo o Brasil, com diversas atividades abordando o tema “Produtos Orgânicos: saudáveis por natureza”. O CETAP também organizou uma programação para marcar esta data, como uma oportunidade para oferecer informações aos consumidores quanto aos produtos orgânicos, onde encontrá-los e como são produzidos. A proposta é divulgar para a população os benefícios ambientais, sociais e nutricionais desses alimentos.

Pensando em ampliar o alcance e atingir um maior número de consumidores e famílias agricultoras foram produzidos três spots para veiculação em rádios, abordando informações sobre características da produção orgânica, a qualidade deste tipo de alimentos e benefícios da agroecologia para a saúde e a natureza. Você pode ouvir os áudios abaixo:

Também foi produzido um cartaz com o tema desta semana, que será distribuído em organizações de produção e de comercialização de alimentos, sindicatos, cooperativas, associações, poder público e escolas. O material também fará parte de publicações que serão feitas nas redes sociais do CETAP.

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Além da campanha de divulgação, algumas atividades presenciais também estão programadas:

>> Mateada Solidária na Feira Ecológica de Passo Fundo, na Avenida Brasil – Centro, dia 21/05/2022, das 8h às 11h, organizada pelo Cetap, Cáritas, UPF e Conalter

>> Curso de formação sobre produção orgânica e certificação, dia 24/05/2022, das 9h às 16h, no campus da UFFS Erechim, organizado pelo CETAP e Rede Ecovida

>> Curso de formação sobre produção orgânica e certificação, dia 25/05/2022, das 9h às 16h, no Centro de Agroecologia da Comunidade Santa Ana, em Santo Antônio do Palma, organizado pelo CETAP e Rede Ecovida

>> Intercâmbio – visita de consumidores do Grupo Alimento Raíz na propriedade do agricultor e associado do CETAP Pablo Baldin, dia 28/05/2022, das 14h às 17h, no interior do município de Vacaria


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Agricultores de Erval Grande visitam a Ecoterra para conversar sobre a comercialização de produtos orgânicos

Um intercambio regional, realizado no dia 30 de março 2022, em Três Arroios/RS, reuniu 25 pessoas, entre agricultores familiares, equipe técnica do CETAP, representantes das Cooperativas CRESOL e COOPERVAL, além da Secretaria de Agricultura de Erval Grande/RS. A atividade atendeu uma demanda do grupo do município de Erval Grande que desejava conhecer mais profundamente as dinâmicas de comercialização organizadas pela associação Ecoterra.

Durante a atividade, foi apresentada a trajetória histórica da Associação Regional de Cooperação e Agroecologia (Ecoterra), com sede no município de Três Arroios, mas que envolve também famílias de municípios vizinhos. Por dois momentos de crise, ao longo da sua história, grande parte dos associados se afastaram das dinâmicas da associação, mas com muita persistência de um grupo menor de associados foi possível ir construindo mercados sólidos e que, graças a isso, hoje em torno de 120 famílias comercializam sua produção orgânica por meio das logísticas de distribuição realizadas pela associação. Ainda na oportunidade, os participantes conheceram algumas técnicas e manejo de plantios, que são realizados na área de produção das famílias da Ecoterra.

No final do encontro ficou o desafio para que o grupo de agricultores possa ir se fortalecendo. A Ecoterra reafirmou que está de portas abertas para que as famílias com certificação orgânica possam se somar, planejando sua produção junto com a equipe técnica e comercializando através da política de preços definida previamente nas dinâmicas de circulação de alimentos já construídas. O intercâmbio foi organizado pelo CETAP, em parceria com o CAPA (Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia) e a Ecoterra, dentro do projeto de cooperação desenvolvido com a Coopertec/Cresol.


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