Núcleo Alto Uruguai da Rede Ecovida realiza plenária e promove seminário sobre sementes e insumos biológicos

No dia 28 de maio, a Comunidade Auxiliadora, em Aratiba/RS, sediou a Plenária do Núcleo Alto Uruguai da Rede Ecovida e Seminário Regional sobre Agroecologia, reunindo mais de 200 pessoas, entre agricultores familiares, crianças e representantes de entidades parceiras. O objetivo principal foi proporcionar formação e capacitação às famílias agricultoras da região.

Teve destaque a recente Portaria n° 52 do Ministério da Agricultura, a qual estabelece o regulamento técnico para os sistemas orgânicos de produção. Em consonância com essa normativa, foram abordadas práticas relacionadas aos insumos biológicos, orgânicos, bem como o cultivo de sementes e mudas orgânicas.

A plenária do Núcleo Alto Uruguai da Rede Ecovida de Agroecologia contou com grande participação de famílias de toda a região. Neste dia foi possível trabalhar sobre alguns temas que são exigências da legislação atual e sobre os quais precisamos debater, para avançarmos na garantia de nossa autonomia enquanto grupos de produção agroecológica. 

O debate sobre produção de insumos vem ganhando espaço, sendo uma demanda crescente de quem produz alimentos, assim, precisamos construir alternativas que garantam o domínio das tecnologias pelas próprias famílias. Enquanto Rede Ecovida, precisamos dar o suporte para que as mesmas tenham acesso ao conhecimento, através de formação, visitas, estudos… de forma a qualificarmos este processo de controle sobre a produção.

Insumos se tornam cada vez mais necessários, e os biológicos têm mostrado seu potencial se aplicados de forma correta, seguindo as recomendações técnicas. Estes insumos podem ser coletados nas matas das propriedades ou ainda multiplicados em biofábricas para atender as demandas que vão surgindo na produção agrícola. Junto com os insumos, precisamos ficar atentos ao manejo das áreas de produção, garantindo cobertura com a diversidade de cultivos entre gramíneas e leguminosas, as quais servirão para a produção de matéria orgânica ao solo.

Outro tema aprofundado foi a Portaria n° 404 do MAPA, de 22 de fevereiro de 2022, que estabelece um período gradativo de cinco anos para adequação no uso de sementes e mudas orgânicas. Foi destacado que precisamos, enquanto grupos e núcleo, construir alternativas, pelas próprias famílias ou por viveiristas que se desafiem a ofertar mudas produzidas sob as normas de produção orgânica. Também é fundamental incentivar as famílias a manter sua biodiversidade de sementes e mudas, garantindo autonomia e domínio das tecnologias de produção.

Neste sentido, o encontro teve bancas de sementes crioulas, que vêm sendo cultivadas pelas famílias guardiãs na região. Este espaço foi bem movimentado, demonstrando a necessidade de agricultores e agricultoras conhecerem mais sobre as variedades e como são cultivadas. Durante o encontro, muitas sementes foram distribuídas e trocadas entre as famílias participantes.

O encontro foi organizado pelo CETAP, COOPERTEC, CRESOL, CAPA e coordenação do Núcleo Alto Uruguai da Rede Ecovida de Agroecologia.