Qual o papel e a contribuição das redes e articulações para o avanço da agroecologia?

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Qual o papel e a contribuição das redes e articulações para o avanço da agroecologia?

Pensando em toda diversidade que marca os territórios brasileiros, o IV Encontro Nacional de Agroecologia (IV ENA), que aconteceu de 31 de maio a 3 de junho de 2018, em Belo Horizonte /MG, aprofundou cerca de 32 experiências territoriais em agroecologia. Seis biomas brasileiros – Pampa, Caatinga, Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal – foram apresentados através de instalações artístico-pedagógicas em tendas que receberam os participantes do encontro.

As tendas possibilitaram a reflexão sobre o papel e a contribuição das redes e articulações para o avanço da agroecologia, bem como reforçaram a importância das políticas públicas para o fortalecimento das experiências agroecológicas e para a defesa e preservação da nossa biodiversidade. Na tenda pedagógica do bioma Pampa e Mata Atlântica do Sul foi apresentada a trajetória da Rede de Agroecologia Ecovida e a experiência de agroecologia do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), ambos do Rio Grande do Sul. Em locais onde o agronegócio, plantações de soja e criação de gado são predominantes nas paisagens, a necessidade de dar destino correto às produções agroecológicas se mostrou como um desafio para agricultoras e agricultores.

O objetivo foi debater como se constrói agroecologia num determinado território, aprofundando quais elementos potencializam e quais fragilizam esta proposta e como é possível “costurar” estas situações para que a população local seja integrada neste processo. O CETAP, como integrante da Rede Ecovida, foi um dos organizadores desta tenda pedagógica, apresentando como está se construindo a agroecologia no Núcleo Planalto da Rede Ecovida, região de atuação da entidade.

A partir de um resgate histórico, foram apresentados os fatos marcantes desta trajetória e as metodologias usadas para superar as dificuldades. Esta linha do tempo foi desenvolvida de forma participativa, numa dinâmica que envolveu representantes de diversas regiões do Brasil, que puderam trocar experiências sobre diferentes formas de construir a agroecologia, apresentando situações vivenciadas em suas realidades locais.

Em sintonia com o tema geral do IV ENA, “Agroecologia e Democracia, Unindo Campo e Cidade”, foi destacada a necessidade de ampliar a discussão sobre a agroecologia, que não é uma temática rural, centrada na produção, mas interessa ao conjunto da sociedade. As feiras ecológicas, na maioria das regiões brasileiras, foram o elemento que iniciou esta integração campo-cidade de maneira concreta e ainda hoje desenvolvem um papel fundamental. Na tenda pedagógica e em outros seminários do encontro nacional foi enfatizado que o que se busca com a agricultura ecológica é reconstruir um sistema alimentar. No campo da produção é a produção agroecológica, mas no campo da distribuição o que é? Quais os novos mecanismos de distribuição de alimentos agroecológicos numa sociedade, além das feiras, para que gradualmente toda a população tenha mais acesso? Neste sentido, uma das ações inovadoras apresentadas foi a proposta do empreendimento Encontro de Sabores, sediado em Passo Fundo/RS, mas com atuação em toda a região norte do estado. Através de uma rede de produtores de frutas nativas e de profissionais que fazem o beneficiamento da produção agroecológica, o empreendimento está criando novas possibilidades de comercialização, com destaque para a realização de eventos e coquetéis. Com uma grande diversidade de produtos, como panificados, bolos, bolachas, salgados, pratos quentes, polpas, sucos, picolés, entre outros, mais do que oferecer alternativas para quem busca consumir produtos mais saudáveis, é uma forma importante de sensibilização no espaço urbano, ampliando o diálogo entre diferentes públicos, produtores e consumidores.

 

Com informações da Articulação Nacional de Agroecologia – ANA


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